terça-feira, 16 de junho de 2009

HISTÓRIA DAS CIDADES DO RECÔNCAVO

MURITIBA

Muritiba é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2004 era de 33.779 habitantes. Fundada em 8 de agosto de 1919, o município de Muritiba tem como base econômica a agricultura, com a produção de mandioca, fumo, laranja e limão. Famosa no recôncavo baiano pela tradicional Festa do Senhor do Bomfim, que acontece todos os anos na cidade e tem duração de dez dias e termina com a Procissão do Senhor do Bomfim na última segunda-feira de festa.


Muritiba Glitter Graphics
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TÚNEL DO TEMPO

MURITIBA – A NOSSA CIDADE

O inicio da colonização, eram três as nossas Capitanias: a da Bahia, a de Ilhéus e a de Porto Seguro, que se constituíam em verdadeiros latifúndios, onde funcionavam justiça própria e arrecadação de tributos feitos pelos donatários.

Devido as naturais dificuldades e temendo um fragoroso fracasso, D. João III reduziu os raios de ação a pequenos núcleos que mesmo assim foram se desenvolvendo com lentidão, e muitas outras praticamente desapareceram, em decorrência de ataques de Íncolas, ou então, conforme sabemos, de invasores estrangeiros, notadamente holandeses e franceses.

Foi a partir da criação da Província da Bahia, tendo Salvador como sede do Governo Geral do Brasil, e como primeiro mandatário, conforme sabemos, Thomé de Souza, que a vida municipal propriamente dita começou, havendo sido solenemente instalada a cidade de Salvador no dia 13 de junho de 1749. Foi portanto, Salvador, o primeiro município brasileiro. Naqueles tempos, existiam apenas as Vilas de Ilhéus e Porto Seguro, e diversos focos de povoamento ao longo da costa baiana.

A colonização das terras fertilíssimas e mais produtores de cana de açúcar, foi se estendendo, mais notadamente nas margens dos rios navegáveis como o Paraguaçu por exemplo, onde se situavam as terras da antiga Capitania de Antonio Dias Adorno, onde abriam estradas e onde surgiram as povoações de Cachoeira, do seu lado Ocidental, São Félix, e subindo um pouco mais, Muritiba, que nasceu sob a invocação de São Pedro Velho do Monte da Muritiba, cuja freguesia foi criada em 1705 por Sebastião Monteiro de Vide, 5º Arcebispo da Bahia e Primaz do Brasil.

Qual a origem do nome Muritiba ? É um questionamento que muitos já fizeram.

Segundo o ilustre muritibano Anfilôfio de Castro,( no registro do seu nascimento, na grafia antiga aparece como Amphilophio Fernando de Castro ) no livro História e Estrela de Muritiba, o nome se originou por causa de existência, em abundância naquela época, de uma palmeira chamada Boritiba, redundando-se na corruptela Moritiba ou Muritiba, conforme grafamos atualmente.

Essa espécie de palmeira, acrescentamos, é encontrada desde o Pará até São Paulo, onde é chamada de buritizeiro, muriti, muruti e pissandó. Desconhecemos porque ficou praticamente extinta entre nós e realmente a tese de Anfilófio é verdadeira.

Conta-nos, entretanto o renomado antropólogo indianista santamarense Theodoro Sampaio, no seu precioso livro O Tupi na Geografia Nacional, que o nome Muritiba é a variação deturpada do vocábulo indígena merutyba, que traduzindo para o vernáculo quer dizer, o mosqueiro, mosca em abundância. Aliás, esta última versão é a que vingou pois quando da promulgação da Lei Municipal nº 100 de 01/07/1955 pelo então Prefeito Dr. Waldir Almeida, que criava o Brasão e Armas da Cidade, encimado ao dístico latino ASCENDIT FUNMUS AROMATUM, - subir o odor do aroma -, numa alusão ao plantio do fumo como fator preponderante da economia muritibana, temos, quatro (4) torreões num escudo azul semeado de moscas de prata, não como símbolo de sujeira, de imundície, como pode facilmente ser confundido mas, como prova requívoca da fertilidade do solo muritibano e a abundância de fruteiras, destacando-se ai a famosa, nutriente e injustiçada jaca, cujo fruto, não obstante o aspecto grosseiro, possui enorme valor protéico.

O tráfico do ouro , o comercio do açúcar – depois o círculo do tabaco -, que transformou a Cachoeira num formidável entreposto comercial, sendo, portanto, elevada à categoria de Vila nos idos de 1699.

Em 1823, no ano dos combates épicos do 2 de Julho, quando estiveram empenhados nas lutas significativo número de muritibanos, destacando-se entre esses o denodado Major José Antonio da Silva Castro, o Periquitão, pai de D. Clélia, mãe do Poeta Castro Alves, naquele ano, repetimos, a Bahia possuía apenas 31 municípios, destacando-se no Recôncavo, além da Cachoeira, Maragojipe, Santo Amaro e São Francisco.

Quando era Governador da Bahia o Dr. Antonio Muniz de Aragão, a Muritiba passou à Categoria de Vila, mediante Lei nº 1.349 de 8 de agosto de 1919. Três anos depois, no governo do Dr. José Joaquim Seabra, coincidentemente no mesmo mês agosto, no dia 3 do ano de 1922, através da Lei nº 1.652, a Muritiba era elevada a categoria de cidade e possuía, segundo o IBGE, 21.350 habitantes, enquanto São Félix, da qual foi emancipada, possuía 12.723 habitantes.

CRONOLOGIA

Recordando o passado Muritiba teve o seu inicio com a vinda de Exploradores Portugueses e Jesuítas da Companhia de Jesus, Em 1559, que atingiram as regiões de Cachoeira e São Felix, escalando a serra que margeia o Rio Paraguaçu, alcançaram o planalto da margem direita e fundaram uma povoação que recebeu o nome de Buritiba , iniciando- a com a construção de um Templo e Convento.

1575 – Inaugurado o Arraial

Em 1640, Inaugurou-se o novo Templo dedicado a São Pedro, onde hoje é a atual Matriz.

1705 – Criação da Freguesia

A Paróquia de São Pedro exerceu papel relevante na formação da nossa comunidade.

Em 1757, de acordo com o Documento de Nº 2666 do Arquivo da Marinha e Ultramar de Lisboa e assinado pelo então Vigário Romualdo Ferreira Vilas-Boas a Freguesia de São Pedro do Monte da Muritiba ia do Porto de São Felix , Incluindo a Capela do Santo do mesmo nome, até 80 Léguas para dentro , atingindo o Rio Grande das Contas e limitava-se à direita pela Freguesia de Nossa Senhora do Desterro do Outeiro Redondo À esquerda pela Freguesia de Santo Estevão E em frente pela Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira.

A 14 De Março De 1847, Nasce na Fazenda das Cabaceiras aquele que seria o maior Poeta Brasileiro de seu tempo Antonio Frederico De Castro Alves.

Conta a Historia que em 6 de novembro de 1859 Sua Majestade o Imperador D. Pedro II, hospedou-se em nossa Cidade e bebeu inclusive um copo de água da Fonte dos Padres, que muitos anos abasteceu Muritiba e que hoje se encontra abandonada.

Em 1880, Nasce na Fazenda Cobocó em Laranjeiras, Clementino Rocha Fraga, autor de vários livros e Cientista de renome.

Até o ano de 1889, Muritiba pertencia ao Município de Cachoeira, tendo participado ativamente das lutas da Independência com um grande número de Muritibanos, destacando-se o Major José Antonio da Silva Castro, avô do Poeta Castro Alves, que era conhecido com o nome de “Periquitão” , organizado por ele, subia a 700 homens. Um deles, e por sinal dos mais valentes, descobriu-se depois que era mulher. Maria Quitéria, o seu nome!

Em 1889, por Decreto assinado pelo Governador da Bahia, Dr. Manoel Vitorino, São Felix Foi desmembrada do Município de Cachoeira, figurando Muritiba como Distrito de São Felix.

1897 – 05 de Março, Fundação da Sociedade Educacional E Musical 5 De Março, pelos senhores SEVERIANO FELIX DA SILVA, ARGEMIRO SACRAMENTO, PEDRO DE ALMEIDA, JOÃO BORGES DOS SANTOS, VIRGILIO GIBAUT, ANTONIO SILVA SANTOS VULGO PERNAMBUCO E EUFROSINO SANTANA. Os primeiros instrumentos foram oriundos das extintas sociedades musicais “ Bom-fim “, “ São João “ e “ Comércio”.

1899 - Fundação da Lira Popular Muritibana no dia 07 de maio.

Com a fundação de novos Partidos dentro das normas Constitucionais do Novo Regime, São entregues os destinos políticos de Muritiba ao Tenente – Coronel Clementino Pereira Fraga – como Presidente do Conselho Municipal.

Os anos se passaram e chegamos ao ano de 1919, as rendas Federais naquela época era superior a duzentos contos de reis, Estaduais e Municipais nunca inferiores a Cem, com tendência a subirem muito, dado o aumento constante das fontes de receita, pelo alargamento do seu Comércio, da sua Industria e Lavoura, pelo aproveitamento das suas riquíssimas fontes de Energia Hidro -Elétricas, pela sua população, densa e operosa capaz de grande eleitorado. Uma importante Freguesia com cinco Capelas e três imensos Distritos de Paz, tendo na sede, cinco praças, e vinte e quatro ruas amplas e longas, muitas propriedades agrícolas com grande produção de Fumo e Café.

Abre-se a luta para composição da chapa de candidato a renovação da Câmara e a do terço do Senado Estaduais. Entra um Buritibano. Eis a grande oportunidade para a Alforria de Buritiba.

Dão-se os preciosos entendimentos e harmonia dos grupos partidários locais, cedendo-se tudo, sob o principio de tudo pela elevação da terra a categoria de Vila e Município.

Em 3 de Junho de 1919 é apresentados a Câmara dos Senhores Deputados Estaduais o Projeto de Lei Nº 49 com as assinaturas de vinte e sete dos seus membros.

Em 18 de Junho de 1919 o Projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Legislação, Composta dos Senhores Archimedes Pessoa, Carlos Seabra, Cosme de Farias, Demetrio Urpia, Francisco Rocha, Francisco Sodré, Vilobaldo Campos e do Muritibano Dr. Durval Pereira Fraga que teve papel importante na Emancipação de Nossa Terra.

Em 11 de Julho de 1919 O Senado por sua vez dá a sua aprovação ao parecer da Câmara, Firmada Pela Respectiva Comissão: Antonio Pessoa, Carlos Guimarães, Eduardo Veloso e Jerônymo Gonçalves. Sendo baixada a Lei da Elevação, que tomou o Nº 1349, de 08 de Agosto de 1919. Assinado pelo Dr. Antonio Ferrão Moniz de Aragão, Governador do Estado, e pelo seu Secretário Dr. Gonçalo Moniz Sodré de Aragão. Ocorrendo a instalação em 01 de Janeiro de 1920.

Em Abril de 1920, o Dr. J.J. Seabra, então Governador da Bahia, atendendo solicitação do Partido Democrata que opinava pelo nome do Capitão Turíbio Ferreira Gomes Como 1º Intendente de Muritiba o nomeou e em 04 de Abril do mesmo ano ás duas horas da tarde tomou posse perante o 1º Conselho Municipal Legal composto dos Senhores:

Antonio Pedro de Sá Barreto Junior – Presidente;

João Altino da Fonseca – Vice-Presidente;

Joaquim Sancts de Souza Castro – 1º Secretário;

Avelino José de Matos – 2º Secretário;

Conselheiros: Profº José Ferreira da Costa, José Figueiredo da Silva, José Pereira Mascarenhas, Manoel Geraldo da Silva.

Encerrados os trabalhos de posse, o Intendente baixou as necessárias Portarias de nomeação dos primeiros Funcionários do Município.

Secretário da Intendência – Raymundo Ferreira Coelho;

Tesoureiro – Aurino da Silva Santos ;

Amanuense – Atanagildo Alcântara Vieira;

Fiscal Geral – Francisco Antonio Dias;

Sub-Fiscal – Durval Dionísio da Mota;

Porteiro e Continuo – Cosme Francisco Pinto

Encarregado do Asseio – Álvaro Borges de Carvalho

Encarregado do Mercado Municipal – Durval César de Magalhães

Zelador do Cemitério – João da Mota Trindade

Agente Arrecadador – Oscar Galdino do Nascimento

Juiz de Paz – João Fernando de Oliveira

Criadas as Coletorias foram nomeados Anfilôfio Fernandes de Castro e Manoel de Oliveira Passos, Coletor e Escrivão da Federal. Para a Estadual no Cargo de Coletor, O Governo Proveu João Batista Pereira Fraga e no Escrivão Ernesto Florêncio Pitanga.

Depois de quase Três Séculos de Fundada e de 214 anos de Ereta em Freguesia Muritiba Entrava assim a gozar as honras de Vila e Município.

Em 17 de Julho de 1922, através da Lei De Nº 1560 Muritiba é Elevado a Termo.

Logo mais em 03 de Agosto de 1922 Muritiba é elevada a Categoria de Cidade, Lei esta sancionada pelo então Governador Dr. J.J. Seabra.

Instalados festivamente no dia 08 de Agosto de 1922, o Termo e a Cidade empossaram-se no cargo de 1º Juiz do seu Foro, O Bacharel Álvaro Clemente de Oliveira e como Primeiros Auxiliares da sua Justiça – João Benjamin Ferreira Coelho, na Escrivania dos Feitos Cíveis e Belmiro Fraga, no Tabelionato.

1933 – Na Divisão Administrativa Do Brasil, Muritiba Figurou Com 3 Distritos ; Muritiba, São José do Aporá e Cabeças

Em 27 de Agosto de 1933 acompanhados também do Governador da Bahia, na pessoa do Tenente Juracy Magalhães, Muritiba recebia a visita do Presidente da Republica Getulio Vargas.

A Câmara de Vereadores de Muritiba foi instalada pela 1ª vez, em 19 de Abril de 1936, quando o Coronel Geraldino Pereira de Almeida exercia o Cargo de Prefeito deste Município. Na época, a Mesa Diretora da Câmara era formada dos seguintes Vereadores:

Alcides Pereira de Almeida – Presidente ;

Cândido Pimentel Filho – Vice-Presidente;

Rufiniano Vieira Tosta – 1º Secretário;

Augusto Mendes de Souza – 2º Secretário.

1936/7 – 31-12 – Nas divisões territoriais Muritiba subdivide-se em 4 Distritos: Muritiba, São José do Aporá ( hoje Itaporã), Cabeças (hoje emancipado, com a denominação de Governador Mangabeira ) e Santo Antonio do Jordão ( hoje Geolândia )

1953 – A Lei nº 628, de 30-12, criou, mais um Distrito, o de Cabaceiras do Paraguaçu, onde, em 14 de março de 1847, nasceu o maior Poeta das Américas – ANTONIO FREDERICO DE CASTRO ALVES.

1954 – 01-08 – Instalação da Agência do IAPI – atualmente INSS, com vasta jurisdição.

1962 – Desmembramento de Governador Mangabeira

1964 – 01-05 – Inauguração da Emissora Radiovox

1966 – Elevada a Comarca de Primeira Entrância, em 03-05-1966.

1989 – Desmembramento de Cabaceiras do Paraguaçu

GOVERNANTES DE MURITIBA

1º INTENDENTE: TURIBO PEREIRA GOMES............................................... 1919/1920

2º INTENDENTE: ALCIDES PEREIRA DE ALMEIDA...................................... 1920/1924

3º INTENDENTE: RAMIRO COSTA E SOUZA................................................ 1924/1928

4º INTENDENTE: DR. DURVAL PEREIRA FRAGA........................................ 1928/1930

5º INTENDENTE: JULIO BORGES.................................................................. 1930/1932

6º INTENDENTE: ALCIDES PEREIRA DE ALMEIDA...................................... 1932/1934

7º INTENDENTE: RAMIRO COSTA E SOUZA................................................ 1934/1936

1º PREFEITO: GERALDINO PEREIRA DE ALMEIDA.................................... 1936/1941

2º PREFEITO: DR. WALDYR ALMEIDA.......................................................... 1941/1945

3º PREFEITO: CEL. GERALDINO P. DE ALMEIDA...............................1945/03 meses

4º PREFEITO: MANOEL LIMA JÚNIOR...............................................1945/07 MESES

5º PREFEITO: DR. PEDRO GONÇALVES CORTES.................................... 1946

6º PREFEITO: DR. CÉSAR PEREIRA LEITE................................................. 1948/1951

7º PREFEITO: CEL. GERALDINO P. DE ALMEIDA........................................ 1951/1955

8º PREFEITO: DR. WALDYR ALMEIDA.......................................................... 1955/1958

9º PREFEITO: DR. CÉSAR PEREIRA LEITE................................................. 1959/1963

10º PREFEITO: HUMBERTO OLIVEIRA SILVA.............................................. 1963/1967

11º PREFEITO: BALDOINO DIAS G. DA SILVA.............................................. 1967/1971

12º PREFEITO: HUMBERTO OLIVEIRA SILVA.............................................. 1971/1973

13º PREFEITO: BENEDITO LEITE CUNHA.................................................... 1973/1977

14º PREFEITO: CLEMENTINO PEREIRA FRAGA......................................... 1977/1983

15º PREFEITO: HUMBERTO OLIVEIRA SILVA.............................................. 1983/1987

16º PREFEITO: CLEMENTINO PEREIRA FRAGA......................................... 1988/1992

17º PREFEITO: EPIFÂNIO MARQUES SAMPAIO.......................................... 1993/1996

18º PREFEITO: HUMBERTO OLIVEIRA SILVA.............................................. 1997/2000

19º PREFEITO: EPIFÂNIO MARQUES SAMPAIO.......................................... 2001/2004

20º PREFEITO: ROQUE LUIZ DIAS DOS SANTOS........................................ 2005/2008

DADOS SOBRE MURITIBA

Nome: Muritiba

Localização: o município de Muritiba encontra-se enquadrado na Microrregião Homogênea 020 – Santo Antonio de Jesus e está localizado na Zona Fisiográfica do recôncavo, ocupando um espaço de 110.562 Km2,de acordo com a Resolução nº 05 de 10/10/2002 do IBGE, entre as coordenadas geográficas de 12º 37´35” de latitude Sul e 38º59´24” de longitude Oeste de Greenwich, a uma altitude de 208 m em relação ao nível do mar. Dista 114 Km de Salvador e 45 Km de Feira de Santana por via rodoviária, através da Conexão BA – 492/BR 101.

Limites: Muritiba limita-se com os Municípios de Cachoeira, a leste ; Cruz das Almas e São Félix, ao Sul; Cabaceiras do Paraguaçu, a Oeste e Governador mangabeira, ao Norte.

DISTRITOS E POVOADOS: Muritiba (Sede) e Itaporã além de inúmeras localidades rurais, dentre as quais se destacam as localidades de Pau ferro, Pedrinhas, Beija Flor, Mil Peixes, Gravatá de Baixo, Gravatá de Cima, Laranjeiras, Carro Quebrado, Baixa Grande e Marimbondo.

RELEVO: O relevo do Município é caracterizado pela existência de tabuleiros pré-litorâneos. O acidente geográfico de maior relevância é a Serra do Aporá, no Distrito de Itaporã, com 180 m de altura.

CLIMA: O clima do Município é do tipo e sub-úmido, apresentando temperatura média anual de 24,1 º C, oscilando entre a máxima de 29,2º C e a mínima de 20,4º C.

OCORRÊNCIAS MINERAIS: As principais ocorrências são a argila, pedra para construção, além da grafita.

ATIVIDADE ECONÔMICA: A população de Muritiba em idade ativa se ocupa nos distritos com o ramo da agricultura, pecuária e a silvicultura. A atividade fundamental à economia do Município é a fabricação de charutos e o beneficiamento do fumo em folhas Mata Fina do Brasil, que são exportados para diversos Estados. A mandioca e a fabricação de farinha, e seus derivados como beiju, goma, massa puba, etc., na lavoura ainda se destaca o plantio de milho, feijão, laranja, banana. Na pecuária a criação de bovinos, suínos, caprinos e muares.

ASPECTO URBANO Muritiba está localizada no planalto e seus principais logradouros de destaque são: a Praça Clementino Fraga, onde tem o comércio principal que atende a população em massa; Rua Castro Alves, onde viveu o Poeta Castro Alves, quando ainda criança; Praça da Matriz, onde existe a igreja do Padroeiro São Pedro.

Prédios mais importantes: a Prefeitura Municipal; a Igreja N. S. do Rosário, popularmente conhecida como Igreja do Senhor do Bonfim; a Igreja de São Pedro; o Prédio do INSS; o Armazém de Fumo Carl Leoni; o Posto Puericultura; o Prédio de Lions Club; o Prédio Escolar Castro Alves e do Alcides Almeida; lindos Prédios escolares e lindas Praças nos Distritos; hoje podemos observar as ruínas das fábricas de charutos como Pimentel; Costa Penna; Danneman; Muritiba também é dotada de abastecimento de água, pela Embasa, Eletricidade pela Coelba, Aterro Sanitário, Supermercados, Correio e telegrafo, Mercado Municipal, Centro Telefônico, Banco, Extensão Rural, Serviço Militar, Delegacia, Detran, Emissora de Rádio, Postos de Gasolina, Câmara de Vereadores, Fórum Albérico Fraga, Creche Anita Simões, Hospital Geral de Muritiba, etc.

ÁREAS LIVRES PARA EVENTOS ARTÍSTICOS – CULTURAIS

- Praça da Matriz: Eventos realizados: apresentações folclóricas, festejos religiosos, micareta, gincanas.

- Vila Residencial: Eventos realizados; Competições esportivas.

- Coreto: Eventos realizados: Feira de artesanato, desfiles de moda, apresentações de filarmônicas.

- Praça São José: eventos realizados: Apresentações folclóricas, festival de pipoca, gincanas, festividades escolares.

- Gravatá: Eventos realizados: Bingos, corrida de cavalos, corrida de argolinhas, jogos e apresentações musicais.

PATRIMÔNIO

- Áreas Naturais

- Fonte da Caixinha

- Fonte do Caquende

- Fonte dos Padres ( Fonte que teve por longo período a função de fornecer água potável ao município. Nela, os aguadeiros enchiam barris de água e vendiam o recipiente nas residências ).

- Lagoa do Palame

- Rio Cachoerinha.

PRINCIPAIS BENS REPRESENTATIVOS DA CULTURA E DA HISTÓRIA DO MUNICIPIO

Casa da Fazenda Dendê: Casa da fazenda de relevante interesse arquitetônico. Prédio contornado por varandas em três lados. A cobertura da varanda frontal é suportada por quatro colunas toscanas com pedestal de seção quadrada, já as laterais apresentam colunetos de madeira, trabalhados à mão. Fachada principal sem portas, com quatro janelas em guilhotina.

Igreja de Nosso Senhor do Bonfim: monumento com planta constituída em dois corpos: nave e corredor lateral direito com tribunas. Corpo principal vazado por três portas superpostas por igual número de janelas de coro com terminação em arco e encimado por frontão rococó. A torre apresenta uma janela ao nível do coro e terminação piramidal revestida de azulejos.

Matriz de São Pedro: Iniciada no primeiro quartel do século XVIII, segundo plano ambicioso que não chegou a ser concluído Edifício com planta nave única em forma de um retângulo perfeito é a comumente adotada nas Igrejas sedes de Freguesias e irmandades, mas não houve recursos para executar os corredores laterais e tribunas. Possui duas sacristias superpostas por consistórios. fachada principal subdivida em tr~es partes por pilastras que suportam a cornija, sobre o qual assentam três frontões recortados. Três portas de acesso e cinco janelas de coro vazam o frontispício. No seu interior existe um painel de azulejos contando episódios da vida de São Pedro datado de 1780.

MANIFESTAÇÕES ARTISTICAS E SOCIOCULTURAIS

Grupo de Capoeira Raça
Filhos do Paraguai ( Grupo Folclórico ):Grupo formado por dez pessoas, com apresentação em várias cidades do recôncavo, divulgando canções folclóricas e de características regionais.
Folclore ; Segura – Véia: tradição folclórica local que consiste em pessoas fantasiada de lavrador, carregando às costas uma boneca de pano.
CALENDÁRIO DE EVENTOS

Fevereiro

Festa do Senhor do Bonfim
Evento religioso de forte apelo popular. Além da parte religiosa, constando de novena e missa solene, há a parte profana enriquecida por manifestações carnavalescas, além das tradicionais barracas de largo com fartura de bebidas e comidas.

Junho

Festa de São Pedro – Forró da Serra
Evento junino constando de apresentação de quadrilhas, grupos folclóricos, cantores e conjuntos locais. neste período acontece a famosa guerra de espadas.

Agosto

Data Magna do Município – Micareta
Evento comemorativo à emancipação do município, com desfile cívico, missa e sessão solene na Câmara Municipal. O dia do município dá inicio a micareta, com trios elétricos, grupos folclóricos e blocos

Vultos Ilustres

Muritiba é berço de personalidades ilustres, enumeramos grandes vultos como José Antonio da Silva Castro Alves, avô do poeta Castro Alves, que era cognominado Periquitão criou o batalhão dos Periquitos com 700 dentre eles descobriu-se uma mulher valente Maria Quitéria.

Castro Alves nasceu na fazenda cabaceiras em 14 de março de 1847 e faleceu aos 24 anos de idade em 7 de junho de 1871, foi considerado uma das mais altas expressões da poesia americana. Dotado de uma inspiração prodigiosa, seus versos até hoje inflamam a mocidade dentre suas obras destacam-se: Espumas Flutuantes, o Livro e a América, navio Negreiro e tantos outros.

Dr. Clementino da Rocha Fraga, nascido em 1880 na Fazenda Cabocó, médico de renome e cientista de valor, autor de várias obras como: Erros e Preconceitos da Medicina, Doenças do Fígado, Oração a Mocidade, Questões atuais de Patologia de Clinicas, Discursos Conferenciais, etc...o que levou a ocupar uma cadeira entre os imortais da Academia Brasileira de Letras.

Durval Pereira Fraga – advogado de renome, orador dos mais eloqüentes, autor do projeto de lei, quando deputado, tornou independente este Município.

Anfilófio de Castro – Escritor de admirável estilo, autor de várias obras em prosa e em verso. Faleceu em 1947.

Os naturais do Município são denominados Muritibanos.

Outros aspectos do Município

Os naturais do município denominados muritibanos: Dr. Waldir Almeida, o responsável pelo Brasão da cidade, além de Prefeito, Carlos Augusto Pimentel Filho, Presidente da Câmara, Turíbio Ferreira Gomes, Primeiro Intendente municipal; Geraldino Pereira de Almeida; Dr. César Pereira Leite, Baldoino Dias Gonçalves da Silva, Benedito Leite Cunha, Clementino Pereira Fraga, Edvaldo Brito, o Ex-Prefeito Humberto Oliveira Silva e nosso atual Prefeito Epifânio Marques Sampaio.

Ainda no quadro de pessoas ilustres que passaram por aqui e deixaram seu marco como: Professora Auta Andrade Souza a fundadora do Colégio Castro Alves – CECA; Prof. Leodegário Pascoal e Anselmo Miguel Arcanjo, autores do Hino de Muritiba, Júlio Borges dos Santos e tantos outros.

Além de tantos ilustres que existiu, existe outros trabalhando pela cidade, nascidos e criados em Muritiba, não muito conhecidos, mas que são verdadeiros artistas dentro daquilo que faz: Luiz Marcelo, Luiz Sena, Daniel, artistas plásticos; Lui Muritiba, Jair, vocalista; Marlene Dias, Rildete Lago e Tereza Vasconcelos, tricô e crochê; escultura de barro, Calu Oliveira; em porcelana, Noelia Miranda; costureira, Antonia Carvalho, Zuleica Coelho, Delzildes de Almeida, etc.

HINO DE MURITIBA

Letra – Leodegário Pascoal

Música – Anselmo Miguel de Arcanjo

Salve! Salve

O dia 8 de agosto

Salve! Salve

O dia da história de nossa letra

Salve! Salve

Seus filhos abençoado

Nome que a glória desta gleba encerra

Foi o pioneiro incansável

Daquela jornada sagrada

Coroada hoje de flores

Foi seu grande filho

Durval Pereira Fraga (bis)

Que lutou pra libertar

Os nobres filhos desta praga (bis)

A VIDA RELIGIOSA DE MURITIBA

Em 1559, sacerdotes jesuítas que missionavam a Cachoeira, subiram a montanha para catequisar os índios buritis que deram origem ao nome e ao primitivo povoado de Muritiba. Construíram a Igreja de São Pedro que posteriormente passou a ser conhecida como São Pedro Velho em oposição à atual matriz de São Pedro do Monte de Muritiba e hoje, simplesmente Matriz de São Pedro.

Circunstancias locais favoreceram o desenvolvimento da então comunidade, formada de índios botocudos, elementos negros e colonos portugueses dando origem à cultura do fumo e da mandioca ; e já em 1600 dá-se inicio á construção da atual matriz de São Pedro, que em realidade, foi transformada em paróquia, circunscrição jurídica dependente da Arquidiocese de Salvador, em 1705, pelo então arcebispo da Bahia, Dom Sebastião Monteiro Davide. A Paróquia de Muritiba exerceu papel de relevo na formação da futura cidade e foi oriunda de uma das raras missões mantidas, sem interrupção, até a expulsão dos jesuítas pelo marquês de Pombal.

Por aqui passaram muitos sacerdotes que exerceram o múnus do paroquiato, destacando-se entre eles os padres: Tito Leiro, José Martins da Silva, Olavo Borges de Carvalho, José de Andrade Lima, Gilberto Carneiro Leão, Vitalmiro Munford, Florisvaldo José de Souza, Francisco Reis, Deraldo Lima, Fernando Carneiro, Pe. Pedro Ribeiro de Oliveira nomeado em 17 de Janeiro de 1960 pelo Exmº Cardeal Dom Augusto Álvaro da Silva. Atualmente o Cônego José Oliveira Santos.

Em Muritiba predomina várias religiões a Igreja católica, apostólica e romana, tem como filosofia, levar a todos os homens a “Boa Nova da Vida” entre os homens daquele se fez Filho do Homem temos como principais sedes a Igreja Matriz de São Pedro de Muritiba, a Igreja do Senhor do Bonfim, tendo como pastor o Padre José de Oliveira; Igreja Batista fundada em 1948, sua filosofia principal pregar o Evangelho e as Boas Novas da Salvação; Presbiteriana, que foi trazida para Muritiba em 1932 e seu tema é Levar o Evangelho a todas as pessoas; Adventista do 7º Dia, fundada no Brasil em 1544, a sua filosofia é não adorar imagens e guardar os sábados; Congregação Batista Independente de Muritiba, fundada em 15 de janeiro de 1883, a sua filosofia é a Evangelização, Espírita, O Centro Espírita Fraternidade e Trabalho, existe em Muritiba a mais de 30 anos, a sua filosofia pe o estudo da reencarnação, tem como principal fundador Alan Kardec; O Centro Espírita Deus e Caridade; Messiânica, fundada em Muritiba em 1977, a sua filosofia “Só Podemos ser Felizes fazendo Felizes Nossos Semelhantes; Assembléia de Deus tem como filosofia o “Reino de Deus”; Igreja Pentecostal Deus é Amor, Pentecostal o Reino de Deus, Igreja Quadrangular; Igreja Universal do Reino de Deus; Candomblés, entre outras denominações religiosas.

Clementino Fraga nasceu em Muritiba, na Bahia, em 15 de setembro de 1880, filho de Clementino Rocha Fraga e de Córdula de Magalhães Fraga. Faleceu na cidade do Rio de Janeiro, a 8 de janeiro de 1971. Membro da Academia Brasileira de Letras, eleito em 1938, foi empossado a 10 de junho de 1939.

Depois de concluídos os estudos básicos, primário e secundário, na cidade de Salvador, matriculou-se na tradicional Faculdade de Medicina de seu Estado natal, por onde saiu diplomado em 1903.

Transferindo-se para a cidade do Rio de Janeiro, obteve a nomeação, em 1906, de Inspetor Sanitário. Quatro anos depois começou a lecionar clínica médica, na qualidade de professor substituto.

Em 1910, ei-lo professor substituto de clínica médica da Faculdade de Medicina, da Universidade do Brasil, foi delegado Sanitário especial, para fazer a profilaxia do “cholera morbus” a bordo do “Araguaia” e representou o Brasil no Décimo Sétimo Congresso Internacional de Medicina, em Londres.

Em 1927 representou o Brasil no Congresso internacional da Tuberculose, em Córdoba, na Argentina. Em 1928, dirigiu a campanha contra a febre amarela, no Rio de Janeiro, ocasião em que teve destacada atuação.

Em 1928 foi convocado pelo Presidente Washington Luís para chefiar na capital do país a campanha contra a febre amarela que se manifestara, de forma alarmante, sobretudo no Rio de Janeiro e em alguns municípios fluminenses.

Em 1930 fundou o Curso de Aperfeiçoamento em Tuberculose. Como Secretário-geral de Saúde e Assistência do então Distrito Federal, durante três anos, o seu trabalho deixa marcas admiráveis de ação, reorganizando e modernizando os vários serviços e merecendo, por isso, das autoridades superiores, os maiores encômios.

Tendo participado no ano anterior do Congresso Internacional de Tuberculose efetuado na cidade argentina de Córdoba.

De 1937 a 1940 exerceu o cargo, no Distrito Federal, de Secretário Geral de Saúde e Assistência. Já então era portador do título de professor emérito da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro e da Faculdade de Medicina da Universidade da Bahia.

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Foi das mais notáveis figuras do seu tempo. Dedicou toda sua longa vida ao bem comum e a Ciência, tanto que em 1970, já nonagenário, recebeu a medalha da alta distinção da Academia Militar, como reconhecimento público à sua relevante contribuição ao desenvolvimento das ciências médicas no Brasil. Foi em tudo e por tudo um grande Varão desses que figuram na obra de Plutarco, não sendo pouco os que consideravam um sábio. E o era, na verdade.

Pela soma inestimável dos seus méritos, pertenceu a diversas instituições científicas e literárias do País e do estrangeiro, a saber:

Academia de Letras da Bahia, Academia Fluminense de Letras, Academia de Medicina de Paris, Academia de Medicina de Buenos Aires, Academia de Ciências de Lisboa e Academia Brasileira de Letras, para onde ingressou em 1939, sucedendo a Afonso Celso.

A sua obra científica e literária é vasta. A literária, especialmente, vazada num primoroso estilo, evidenciando o seu conhecimento, em profundidade, da língua portuguesa. Citaremos, ao acaso, alguns dos seus principais trabalhos:

"Ceticismo em Medicina", 1938;
"Bovarismo antes e depois de Flaubert", 1939;
"A Vocação de Xavier Marques", 1941;
"Medicina e Humanismo", 1942;
"Vida e Obra de Antero de Quental", 1943;
"Vida e Obra de Teófilo Dias", 1946;
"Afonso Celso, educador", 1958;
"Meditações", 1965 e
"Reencontros Imaginários" (memórias), 1968.

Em todas as suas obras há a notar o cuidado e as atenções com que tratava os temas, fossem científicos ou meramente literários. O seu estilo, dissemos acima, era ático, mostrando a sua intimidade com os clássicos. Foi, certamente, na mais legítima acepção da palavra, um humanista. Faleceu no Rio de Janeiro a 8 de Janeiro de 1971.

Cronologia

1847

Nasce, a 14 de março, na fazenda Cabaceiras, próxima a Curralhinho, atual Castro Alves, filho do dr. Antônio José Alves e d. Clélia Brasília da Silva Castro.

1852



Transfere-se com a família para Muritiba e depois para São Félix, onde recebe as primeiras letras.

1854

Muda-se com a família para Salvador, na rua do Rosário, nº 1, sobrado onde ocorrera o assassinato de Júlia Feital, o célebre crime da bala de ouro.

1855

Muda-se para a rua do Paço, em Salvador.

1856

Estuda no Colégio Sebrão.

1858

Passa a estudar no Ginásio Baiano, de Abílio César Borges, futuro Barão de Macaúbas. Passa a residir no Solar da Boa Vista.

1859

Falecimento da mãe, d. Clélia de Castro Alves.

1860

Recita, a 9 de setembro, as suas primeiras poesias no Ginásio Baiano.

1861

Declama, a 3 de julho, o seu primeiro poema dedicado ao 2 de julho, ainda no Ginásio Baiano.

1862

Casamento do pai, dr. Antônio José Alves, com a viúva Maria Ramos Guimarães. Transfere-se para o Recife com o irmão mais velho, José Antônio. A 23 de junho publica, no Jornal do Recife, " Destruição de Jerusalém".

1863

Tenta, sem êxito, em março, matricular-se na Faculdade de Direito do Recife. Estréia de Eugênia Câmara no Teatro Santa Isabel. Sofre uma hemoptise e publica seus primeiros versos abolicionistas. Seu irmão José Antônio, com sintomas de desequilíbrio mental, é transferido para o Rio de Janeiro.

1864

Suicídio de José Antônio, em Curralinho. Matricula-se no primeiro ano do curso jurídico e redige com colegas o jornal O Futuro. Escreve " Mocidade e Morte", com o título primitivo de "O Tísico". Volta para a Bahia em outubro, interrompendo o curso.

1865

Retorna, em março, ao Recife, em companhia de Fagundes Varela. A 11 de agosto, na data comemorativa da abertura dos cursos jurídicos declama " O século". Passa a residir na rua do Lima, em companhia de Idalina, onde escreve diversos poemas de Os escravos. Alista-se no Batalhão Acadêmico de Voluntários para a Guerra do Paraguai, a 19 de agosto. Em dezembro desembarca na Bahia, em companhia de Fagundes Varela.

1866

Falecimento do pai, a 23 de janeiro. De volta ao Recife, matricula-se no segundo ano do curso jurídico. Funda uma sociedade abolicionista com Rui Barbosa e outros colegas. Lança o jornal A Luz. Polemiza pela imprensa com Tobias Barreto. Em 7 de setembro, no Teatro Santa Isabel, recita "Pedro Ivo". Torna-se amante de Eugênia Câmara.

1867

Vive com Eugênia Câmara no povoado do Barro, onde conclui o drama Gonzaga. Em maio retorna com ela para a Bahia. Em 7 de setembro o Gonzaga estréia no Teatro São João, com grande sucesso. Em outubro volta a residir na Boa Vista.

1868

Viaja, a 8 de fevereiro, para o Rio de Janeiro, sempre em companhia de Eugênia Câmara. É recebido por José de Alencar e Machado de Assis. A 11 de março parte para São Paulo. Declama a "Ode ao Dous de Julho", no Teatro São José, com grande consagração. Em 7 de setembro recita "O navio negreiro", também triunfalmente. Estréia do Gonzaga, a 25 de outubro, no mesmo teatro. Desentendimentos seguidos de separação com Eugênia Câmara. A 11 de novembro, durante uma caçada no Brás, a espingarda dispara acidentalmente, alojando-se toda a carga no calcanhar esquerdo do poeta.

1869

Matricula-se no quarto ano jurídico, começando a sofrer de enfraquecimento pulmonar. Chega ao Rio de Janeiro, profundamente combalido, a 21 de maio. Hospeda-se na casa de seu amigo Luís Cornélio dos Santos, onde tem o pé amputado, a frio, no mês de junho. Último encontro com Eugênia Câmara, no Teatro Fênix Dramática, a 31 de outubro. Embarca para a Bahia a 25 de novembro.

1870

Segue, a conselho médico, para Curralinho, e depois para a fazenda Santa Isabel, em Orobó, onde termina A Cachoeira de Paulo Afonso. Volta em setembro para Salvador, onde, no mês seguinte, lança as Espumas Flutuantes.

1871

Apaixona-se pela cantora italiana Agnèse Trinci Murri. Recita pela última vez, a 10 de fevereiro, na Associação Comercial, em benefício das crianças francesas vítimas da Guerra Franco-Prussiana. Seu estado de saúde agrava-se após a noite de São João. Expira às três e meia da tarde do dia 6 de julho, no Palacete do Sodré, junto a uma janela banhada pelo sol.

1875

Publicação de Gonzaga

1876

Publicação de A Cachoeira de Paulo Afonso

1880

Publicação de Os escravos

Fonte: www.cincodemarco.org.br
Muritiba - Ba

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